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quarta-feira, 31 de março de 2010

ABANDONADO

Saiu de casa calado, e calado ficou, olhou para o sol, que sozinho no infinito imperava, abaixou a cabeça, chorou por dentro, um choro sincero, soluço preso.
Não quis pensar em mais nada, mas a cabeça não obedeceu se tivesse amigos, as invisíveis lágrimas não seriam deserto, como ninguém havia que se condoesse seguiu sem esperar consolo.
                Atravessou a rua sem muita pressa, caminhou com destino certo ao emprego público de baixo salário.
                Sentiu uma grande vontade de xingar o chefe da seção,  perseguidor das minorias subalternas. Conteve-se, prendeu a mágoa com grandes cadeados; entregou uma papelada inútil cheia de carimbos e assinaturas.
                O dia acabou o ponto batido, coração partido, pra casa se foi, sem par o coitado, triste abandonado, pra o seu logradouro sombrio voltou. Sua Ana não estava mais lá.


Haroldo Ribeiro
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