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domingo, 8 de agosto de 2010

AINDA HÁ UM PAI

Na escola esta manhã,
vi que sou privilegiado,
Um menino ao meu lado,
disse que não tinha pai,
Quando ouvi tal vil relato,
Pensei fosse mentira,
Mas comprovando o fato,
Como pode uma família,
No mundo que no mal vai,
Conseguir viver sem pai?


Conversando mais um pouco,
Percebi o que havia,
Sua mãe que amou um cara,
Sem saber o que fazia,
Logo viu que o tal sujeito,
quando soube ia ser pai,
fugiu correndo no mundo,
como um pobre vagabundo,
sem saber pra onde vai.



Este meu colega triste,
Num desses dias dos pais,
Com seu pesar que insiste,
Não deixá-lo nunca mais,
Olhou bem no meu rosto,
Com todos os temores seus,
Perguntando em seu silêncio,
Como venço este tormento,
Responda-me os rogos meus.



Nesta hora inspirado,
Olhei bem pro céu e disse,
Amigo teu pai existe,
Olha e cuida de você,
Pois quando os pais da terra,
Esquecem os filhos seus,
Alegre-se e vença a guerra,
Tua lágrima esquece, enterra.
Ainda há um pai que é Deus.


Haroldo Ribeiro

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