que ocupam o ônibus, que estão nas filas, que frequentam os mesmos lugares que nós, estamos isolados no meio de uma multidão de pessoas, longe estão aqueles com quem teclamos, num assalto, mal súbito, acidente ou qualquer outra experiência negativa que exija uma reação humana imediata, muitos de nós não sabe o que deve ser feito, só agimos virtualmente.
Num português ruim nos comunicamos com uma imensidão de pessoas espalhadas por todos os lugares, nos abrimos, falamos coisas da nossa intimidade para um desconhecido, "conhecido", assim nos expomos ao ridículo tendo a nossa vida exposta nas redes sociais.
Alguns de nós vai mais além e mostram seus corpos nus sem nenhum tipo de constrangimento, há mesmo aqueles que não estão nem aí para publicações abertas feitas com estas fotos, o que vale são as curtidas. Do outro lado do mundo pessoas morrem aos milhares, no nosso país gente perde a vida às pencas, na nossa cidade pessoas embarca, para o outro lado sem retorno todos os dias... Até que o mal chega dentro de nossas portas, aí é tarde, passei milhares de horas no Face e não tive tempo de dizer, MÃE eu te amo, PAI eu te amo, MANA você é tudo pra mim. No caixão o corpo que já não se move é incapaz de reagir.
Haroldo Ribeiro.
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